segunda-feira, 9 de julho de 2012

Chega uma coruja.

Ela já não sabe mais o que fazer, ela dança, gira, salta, cai, levanta. Seus pés se cansam daquela dança, mas ela continua lá. Seus cabelos cada vez mais soltos do coque que tempos atrás estava perfeito. Sua saia voava cada vez mais, sua sapatilha já estava cheia de buracos. E ele ainda a observava. Ela ainda não sabia quem ele era, mas não queria que ele fosse embora.
Enquanto dançava, já não sabia mais se alguma música estava sendo tocada, tudo que conseguia ouvir eram as vozes de quem queria que ela ficasse parada, e mesmo assim, ela continuava sua dança.
Uma coruja, pequena, pousou do lado de quem a observava. A coruja parecia guiar os passos da menina, e ao mesmo tempo, guiar os olhos escuros de quem a olhava.
Ele sabia quem era a coruja, e quem era a bailarina. Mas e a bailarina, saberia ela quem era ele? E por que então, sabia coruja, a menina não queria que aqueles olhos fossem embora?
Sua dança continuava, e os olhos continuavam a seguindo. Ela já estava fraca, mas sabia que não podia parar de dançar. Mesmo com medo dos demônios, ainda tinha que dançar, não podia perder aqueles olhos.

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