quarta-feira, 18 de julho de 2012

Cenário medonho.

É um misto de vazio e culpa. Todos os dias, o travesseiro me diz coisas loucas, e eu guardo aqui dentro. Meus olhos estão cobertos de vergonha e medo. Minha boca diz palavras sem sentido, minhas mãos tremem.
Eu sinto tudo e não sinto nada, meu mundo vai se despedaçando aos poucos, e não há o que salvar. Tudo que deveria ser salvo, esta guardado aqui dentro de mim. O resto, o furacão levou.
Palavras, frases, sentenças me perseguem, atiram suas flechas em chamas em minha direção, e eu sinto a dor de cada flecha queimando dentro de mim, calada.
As lágrimas borram meu rosto, levam com elas minha felicidade, minha sanidade, e eu não posso fazer nada. Meus pés caminham em cima de pedregulhos e agulhas, sangram durante todo o caminho eterno do meu castigo. Meus cabelos voam junto ao vento gelado que me envolve naquela paisagem medonha.
A saudade e o medo percorrem minhas veias, rasgando-me de dentro para fora. Meu coração bate por obrigação, fazendo meu peito doer a cada segundo.
Minha respiração é pesada, e eu inalo seu cheiro doce em uma tentativa vaga de encontrar um pouco de paz.
Os espinhos das plantas do caminho arranham meu rosto, a sede e a fome completam o cenário da batalha em meu corpo.
Meus pensamentos brigam, hora são amigos, hora se odeiam. Minha mente não é segura, ela quer me salvar, mas sente-se feliz em me destruir.
O paradoxo dentro de mim me leva a loucura, e a falta de luz carrega de mim toda a minha coragem. Eu sigo em frente, em meu castigo, vendo meu mundo cair, sentindo seu cheiro, levando flechadas, queimando e agonizando, chorando. O caminho já não me importa mais, minha alma já não me pertence, ela esta longe, guardada com quem um dia esteve ao meu lado. Meu sorriso ficou para trás, e eu sigo sozinha, no meu eterno castigo.

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